Professora Mariâme Damba ( Onara Luna), passaram-se 7 dias e você não entregou seu Ebô !

 Já que tive o desprazer de ter sido citado em sua fala (31:23) , na leve, que aconteceu dia 10 de junho de 2021, cujo tema era, “Como Construir uma Sociedade mais Justa e mais Humana”. Me sinto no direito de corrigir sua fala, que infelizmente, foi desprovida de ética, displicente e injusta.Eu sinto-me no dever de compartilhar meu ponto de vista. 

Sou muito exigente sim, e generoso também. Lembre-se do dia que você me pediu para ser formada professora e eu te respondi que, para ser professora em minha escola, você teria que aprender a respeitar o tempo, tocar, cantar, entre outras coisas. Será que nesse momento você também se sentiu humilhada? Ainda assim eu confiei em você e lhe formei. Eu vi muita humilhação na capoeira sim, humilhação, racismo, vi meninas saírem chorando da aula várias vezes.

Sobre minha pedagogia, tenho a dizer que nunca fui humilhar pessoas. A própria capoeira "cobra " é a própria pedagogia. É a partir disso que ela se estabelece como filosofia de vida. Sua fala foi muito infeliz. Peço a você que se retrate publicamente tendo em vista o que foi dito a meu respeito. Eu nunca te humilhei, muito pelo contrário, fui muito exigente sim. E minha pedagogia é, e sempre será "preta". E tem fundamento, só não é para qualquer um. Existiu vários momentos que eu te protegi dessa mesma humilhação da qual você me acusou, e você nunca percebeu o quanto eu tive cuidado com suas limitações. Por você e por todos meus alunos eu tenho e sempre tive muito respeito. Por isso só formei professores e professoras até hoje. Penso que isso seja um serviço a nossa Capoeira Angola que está infestada de oportunistas e aproveitadores.

E minha postura é um sinal de respeito a minha própria ancestralidade...

Mariame Damba (Martinica) : Pedagoga, bailarina, terapeuta e professora da Escola de Capoeira Angola de Paris... dizem que a melhor arma que temos para nos defender de alguém que nos ofende, nos julga e nos fere é o silêncio. Ele é tão poderoso que responde ao nosso ofensor com delicadeza. Embora seja difícil para nós, termos que usá-lo. O silêncio nos torna diferentes e neles se opera a justiça de Deus.

Belíssimo não é? 

O problema é que eu não sou silencioso, principalmente quando mentem a meu respeito, muito menos delicado, e também não sou católico. 

Se é que você pode me entender.

Mais farei um esforço!

Que fique bem claro, que você tem todo direito de se expressar, e isso é sagrado. Com isso vem também a responsabilidade e a ética, coisa que você não teve. Sendo assim, eu também tenho o direito de me defender de sua acusação . Que mesmo sendo um lapso de memória ou linguagem, para mim é gravíssimo. Pelo que você me falou em suas sms(s),você pensou em outro mestre e citou meu nome por engano. No mínimo muito curioso.

Tenho que esclarecer, que você foi incapaz de resolver o "pequeno" deslize ali na hora, bastava voltar em sua fala e ratificar, ainda assim seria grave, mas não estaríamos aqui.  Você foi incapaz também de me ligar na hora, levando 7 dias para postar seu texto, e postou  em uma postagem que eu já tinha feito. Foi incapaz de postar sua mensagem em seu próprio muro, e só postou por que recebeu orientação de uma amiga. Orientação essa que foi dada por mim. Provavelmente, eu imagino que se eu não tivesse  te pedido para fazer uma retratação publica, você estaria ate agora pensando  que nada de grave aconteceu. 

Você saiu do nosso grupo WhatsApp por que recebeu críticas e não suportou a pressão, o peso da responsabilidade, ter que olhar na cara das pessoas que dividiram aulas com você e que ficaram revoltadas com sua fala a meu respeito. 

     Talvez você tenha realmente algo a me dizer! 

Volto a afirmar, nunca te humilhei, nunca, muito pelo contrário. E olha que eu tive escola especializada na matéria...

Seria de bom-tom e marca de respeito a sua própria pessoa, que o vídeo, seja simplesmente suprimido das redes ou corrigido. Entendo também, que são várias pessoas envolvidas nesse processo, e que sacrificar todo um trabalho por causa de uma fala, que afinal representa a mais pura verdade para muitos mestres de capoeira, seria lamentável. 

Em uma de suas viagens ao Brasil, tivemos uma conversa profunda sobre humilhação nas escolas de capoeira angola em que você estava freqüentando. Na ocasião você acusava um mestre de capoeira angola, dizendo que ele humilhou muito você, e que parecia que na capoeira angola isso era uma prática habitual ainda hoje. Eu de pronto pedi que você escrevesse sobre isso, que eu iria publicar, sem citar nomes. Minha proposta caiu no esquecimento. E exatamente em uma leve, frente a vários mestre, sabendo que ficará gravado eternamente, você com toda sua bagagem pedagógica me expõe com  sorriso no rosto, afirmando que eu te humilhava. 

Seu despreparo é vergonhoso! 

Veja bem, não se apoquente não. Eu venho de longe, já estou acostumado com as demandas da vida. Penso que perdoar não é esquecer, isso chama-se amnesia. Perdoar para mim é se lembrar sem se ferir, e sem sofrer,  é cura. Por isso é uma decisão, não um sentimento. 

Dizemos na capoeira que na boca de quem não presta, quem é bom não tem valor. Quem sabe cala, quem não sabe é quem mais fala... 

E se for para criticar, não perca seu tempo. Por que é bom ser invejado ou até mesmo odiado. Afinal, ninguém inveja o feio e nem odeia o fraco.