Carioca de 1º/10/1952, faço poesias desde os 15 anos e contos & crônicas a partir de l988, tendo publicado mais de 50 textos nos jornais de Belém e Ananindeua, cidade vizinha. Membro da UBT-Belém (União Bras. de Trovadores) e da ALA-A (Assoc. de Letras e Artes de Ananindeua) fui vencedor em 9 concursos nacionais de poesia/contos, tenho 51 Menções Honrosas em eventos literários de vinte cidades em 11 Estados e 295 textos em jornais culturais e revistas de 52 cidades em 9 Estados. Estou em 14 coletâneas literárias de 4 Estados, principalmente em obras da IGAÇABA Prod. Culturais, da cidade de Roque Gonzales/RS. Sou compositor de MPB, sambas e rocks sem maiores méritos, fazendo também versões de hits de grandes bandas roqueiras. Lancei artesanalmente (Edição do Autor, em xerox) PALAVRAS AO VENTO, livreto de poemas & canções com mais de 80 cópias, em 4/1986; coordenei a coletânea com 16 poetas de Vigia/PA, "Livrencontro", em fev./1987, com mais de 200 cópias e editei "QUASE NADA...""miscelânea" com 60 exemplares, em 9/1988.

A partir de dez.1999 produzi o folheto "Jardim de Trovas" nº 0 e 1 (este em nov./2000) e o nº 2, hoje com mais de 500 cópias já enviadas para todo o país, desde junho/2002. Entre 1990/92 organizei shows anuais em teatros de Belém com artistas de Ananindeua, além de fundar (em 1988, com meu irmão gêmeo Renato) e presidir o CCCP - Centro Cultural de Capoeira do Pará, controverso marco extinto em 6/1992, no qual expedi mais de 300 ofícios diversos defendendo uma visão artítisca dessa luta. Aguardo a futura (?!) publicação de "QUASE NADA...", estreando como contista e registro as minhas memórias em "AQUELAS TARDES TRISTES...", com cenas da infância no Sul (PR/SC) e "momentos" amazônicos.
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"LIVES" - A MODA DA VEZ ! 
"Na Era da Comunicação instantânea tudo é irrelevante", escreveu alguém, não recordo o nome. Vou além... uma LIVE se justifica se propõe ALGO NOVO, porém se vai repetir o que outros tantos já disseram, a razão de existir é quase nenhuma ! O motivo principal para as LIVES foi o de dar espaço e VOZ a cantores e músicos, sem palco nem shows devido à "gripezinha chinesa". Pessoas do teatro, escritores, fotógrafos, pintores, até as Escolas "embarcaram" na boa idéia. Essas apresentações artísticas são "LIVES" durante o exato tempo em que permanecem "no ar", digo, NA TELA... após isso se tornam VÍDEOS COMUNS, iguaizinhos aos demais, gravados anos antes, meio século até. Ora, porque não se fazer tal entrevista sem tanta urgência, numa residência com 3 ou 4 pessoas, SEM PRESSA e depois editá-la de modo profissional ? 
 
Assisti "meia LIVE" -- uns 20 minutos dela se tanto -- por sugestão de amigo Mestre "dans la France" -- esta do angoleiro e escritor Augusto Leal, aqui de Belém. Como não sei em que nível êle se insere como "capoeira", presumo que o convite para a tal LIVE tenha sido em razão de seus escritos... mas falou sem lhe questionarem coisa alguma, a "porta do Paraíso"!. Mestre "Laíca", presidente da FEPAC, em Belém, declara que é preciso "jogo de cintura" para sair-se bem de perguntas incômodas. Então, estou "lascado"... não tenho a menor paciência para provocações, em LIVES ou fora delas ! Por falar nisso, há bate-boca em LIVES ? (Menos de sertanejos, é claro !) 
Vi e não gostei da tal LIVE do rapaz da UFPA... os apresentadores, muito simpáticos, gastaram 10 minutos em elogios mútuos e abraços para amigos, isso tudo GRAVADO para a posteridade. Onde é que nós estamos ?! Iniciem sua transmissão 15 minutos antes da hora oficial,"troquem figurinhas", cumprimentem mestres importantes e NA HORA MARCADA será iniciado o debate real. Ficamos "segurando vela" no que seria uma abordagem expressiva e virou "lançamento de confete" ! 
 
Como NADA me agrada, me incomoda nessas LIVES ver os entrevistados "olhando para baixo" o tempo inteiro, mais parecem réus condenados. Façam-me uma gentileza: ponham seus notebooks na altura do pescoço, assim a microcâmera ficará paralela aos olhos do palestrante e nós, espectadores, sem a sensação de que o depoente "está mentindo". Outra CHATICE: tela dividida ! Nos games, existe a escolha pela "tela cheia", talvez haja essa opção na LIVE. Nada é tão irritante como o sujeito "do lado" ficar mexendo em livros ou comendo biscoito enquanto o outro expõe seu pensamento.
Nos tempos de rádio-amador havia a expressão CÂMBIO, que informava ao interlocutor que o anterior findara sua opinião... por conseguinte não se falava ao mesmo tempo e nem havia aquele silêncio constrangedor ! Enfim, para não ficar "o NÃO-DITO pelo dito" (o povo inverte a expressão) declaro novamente que irei fazer a tal LIVE... só não sei dizer quando !
 
Meu amigo "parisiense" estipulou o tempo dessa futura LIVE em 90 minutos... duvido que eu tenha assunto para sustentar metade desse tempo. E vou falar de procedimentos antigos de uma região restrita (Belém / Ananindeua), isso porque deixei de acompanhar a Capoeira após 1993/94, quando meu irmão foi quase morto a pauladas -- num Centro dito Comunitário daqui do bairro -- tentando corrigir o comportamento de um mestre local, "rei da Angola". (?!) Ora, que interesse pode haver em tempos tão antigos ?! Ou, ainda, em época mais remota, os anos 70 no Rio, na Capoeira do Grupo Senzala, que foi só o que conheci ? (Visitei um Batizado de mestre "Pai de Santo" na Zona Norte mas de nada lembro, nem do bairro.)
TUDO o que vou falar já ESTÁ ESCRITO em meus textos postados no RECANTO DAS LETRAS, porém como o "capoeira" não gosta de ler, vamos à LIVE ! Questionei amigos sobre a utilidade das LIVES, a funcionalidade dela e já recebi resposta de alguns, que reproduzo neste artigo:
mestre "LAÍCA" (Luiz Nunes) - "Acha o encontro virtual mais prático do que o presencial, é muito útil e a experiência das 3 ou 4 LIVES que fez foi satisfatória"! Deixou de comentar que 1) poucos "capoeiras" têm PC, e 2) sem experiência prévia de como acessar a LIVE, o resultado fica prejudicado. 
mestre FERNANDO RABELO - "Não leva muito a sério, acha a LIVE "meio conversa fiada" (traduzindo, "fofoca") mas certamente com as pessoas certas êle faria uma, embora não se veja tão conhecedor da Capoeira a ponto de "discursar" !
 
Supuz que o contramestre SAN, do Grupo MUZENZA / Belém, jovem mestre (vai por minha conta) afeito às Redes Sociais, devia usar com frequência tal prática, mas me enganei. A meu ver, LIVE é uma "conversa de celular", embora mais restrita em termos de movimento físico, deslocamento. Seguem abaixo outros depoimentos, me enviados via Messenger:
c/m "SAN" - (terça, 4/maio, 19,02hs) "Já participei, no caso como entrevistado, já assisti várias e aprendi na maioria delas, algumas não foram proveitosas".
profa "ANGEL" (Cyntia Lobato) - LIVE É UMA FERRAMENTA excelente nos dias q vivemos. É cansativo para quem participa qdo  não há um bom intermediador, é como uma Roda, se não tiver comando... já viu ! (fui) Apenas expectadora. Assisti as abertas e as com investimento ! (Ela comenta que, no Grupo onde está, o mestre sempre faz LIVES, tanto para conversas quanto para aulas.) 
mestre DILSON BRITO - "Assisto às da Faculdade, são muito úteis, proveitosas... levanta-se a mão (?!) e faz-se a pergunta. Também vi LIVES dos mestres Tucano Preto, Sabiá e outros mais. Aprende-se muito"", afirma êle. 
mestre "GUARÁ" (ECAP / Guaracy P. Conceição) -  "Live nesse momento de crise, nos traz a possibilidade de entrar na roda de capoeira de maneira virtual. Cada um com sua experiência, sua arte e suas verdades . Lembrando sempre que na roda de capoeira, como na roda da vida . Cair e levantar faz parte do jogo. Nossa mestra Beth Carvalho nós trás essa reflexão em sua música Volta por Cima “ Levanta sacode a poeira e dá a volta por cima". (via Messenger)
O escritor e crítico literário TOM FARIAS (RJ) me traz o depoimento mais longo, minuto e meio, embora conciso: "As LIVES estão muito pulverizadas (?!), mas atingem um grande público de várias classes sociais, sobre os mais diversos temas e ENSINAM realmente as pessoas. É uma ferramenta que veio para ficar, MUITO ÚTIL mesmo"! (grifos meus)
Portanto, as opiniões SÃO A FAVOR dessa modalidade... só me resta realizar a minha, esperando que "minha vidraça" seja à prova de "pedras" !
 
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  "CADÊ... IDALINA" ?! 
"Ao ver IDALINA, foi como se 
tivesse achado uma flor em 
meio a um charco." (pag. 129)
JORGE AMADO - in "O ABC 
de Castro Alves", ed. Record.
 
Estava eu a procurar a obra de De Campos Ribeiro, (a fim de reproduzí-la na Internet) um colorido retrato da "Gostosa Belém de Outrora", aliás título do livro, quando me deparei com este de Jorge Amado, que supuz ser apenas sobre a poesia do combativo vate da LIBERDADE, o nome maior da luta por ela. Com o Destino atuando a meu favor, claro que eu iria abrí-lo justamente numa página falando de uma... IDALINA ! Um poeta BAIANO amara uma certa Idalina, afirmava a biografia (escrita em 1941), e um escritor baianíssimo -- melhor, pra mim, que o carioca Machado de Assis -- "ressuscitava" a tal Idalina, essa DE RECIFE, de um bairro de nome Santo Amaro... definitivamente, não há coincidências na Vida ! 
IDALINA, sonoro nome, é conhecida pelos "capoeiras", os mais antigos pelo menos, está nos versos dos cantos -- os "corridos" e "chulas" da Capoeira -- e num dos LPs mais expressivos dela, o de Camafeu de Oxóssi, pouco visto e menos ouvido, meio lado de "reportagens" da vida do povo, com seus rebocadores, lanchas verdes, o "HUMAITÁ" -- seria um navio, de marujos "capoeiras"? -- "falando" de fazendas, Catarinas, Idalinas. Insisto em afirmar que, junto ao Cordel e repentes, o canto na Capoeira era/foi o "jornal do sertão", personagens e fatos citados nele existiram, aconteceram. Podem nem ter sido presenciados pelo autor da "chula", mas êle a ouviu em algum lugar. Por isso, prestem atenção ao que cantam, vocês estão REPASSANDO História ! 
Quais as chances dessa IDALINA ser a Idalina que motivou a criação de um toque de berimbau, dizem que por mestre "Bimba" ?! De ser ela a musa citada por Camafeu de Oxóssi ?!
-- "Metade, talvez menos" !, diria a maioria. Confio no Destino, meu sétimo sentido "grita" que é ela, só que a jovem "de má fama" e que nenhuma biografia "séria" sobre Castro Alves sequer citou tinha 18 anos em 1864 -- quando o condor da Liberdade a conheceu -- e estaria com uns 70 anos quando o menino Manoel a teria visto, se é que a conheceu ! Jorge Amado não informa se o primeiro amor de tantos (e tantas !) que Castro Alves teve em sua breve vida seguiu com êle, de Recife a Salvador, talvez sim, mas êle a eternizou em alguns de seus poemas. Porque Castro Alves estava em Recife não se sabe; mas segundo Jorge Amado, escreveu no colo da Negra amada os primeiros grandes poemas que o consagrariam, recitados sob uma chuva de aplausos, no Teatro São João, de Salvador.
"Asilo de amor e poesia", escreve J. Amado, "a casa da Rua Lima" e cita Pedro Calmon em seguida... "IDALINA lhe é de resto providencial". (pag. 130) Mas Idalina sabia que o amor maior de Antônio C. Alves era a POESIA e "num Recife sem escândalos, Castro Alves era o escândalo, vivendo publicamente com uma mulher sem nome e sem honra". (pag. 134) A jovem negra deixou partir para Salvador seu único amor e voltou à desgraça em que vivera ! 
Ainda que mestre "Bimba" não a tivesse conhecido, sua homenagem à pessoa com tal nome nos remete ao amor maior de Castro Alves, disso não tenho dúvida ! As "chulas" contam histórias, algumas belas, trágicas outras ! "Idalina está me chamando... / Idalina tem o costume / de chamar e sair andando" ! 
    "NATO" AZEVEDO (em 14/maio 2021, 6hs)
OBS: CASTRO ALVES ligado à Capoeira... será possível ? Seu tio João José Alves, além de alferes, era o desordeiro mais famoso da capital, unido a "capoeiras" e à ralé, fizera deles um "batalhão de vagabundos" que acolhiam seu chamado. (pag. 56) 
EM TEMPO: este livro SOBRE A POESIA de Castro Alves foi proibido (e recolhido das bancas) pela DITADURA de Getúlio Vargas -- o "Bolsonaro" da época -- pois seu autor era... COMUNISTA ! (em 4-5/maio 2021)
OBS: faltou REVISAR, confira o texto certo no RECANTO DAS LETRAS.
 
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